5 maneiras de acompanhar resultados dos programas de QVT

O conceito de qualidade de vida no trabalho (QVT) consolidou-se ao longo dos anos, desde que foi criado na década de 60. Constantemente avaliado e debatido, tem se firmado como um processo importante para se alcançar o desenvolvimento humano no trabalho e, consequentemente, o das organizações.

Trata-se de um conceito amplo, permeado por diversos aspectos que buscam avaliar e aprimorar a relação entre o trabalho e o colaborador. Entenda melhor o assunto:

Critérios do QVT

Um dos precursores dos estudos na área, Walton definiu oito critérios que compõem o conceito de QVT:

• Compensação justa e adequada;
• Condições seguras e saudáveis;
• Oportunidade imediata de uso e desenvolvimento das capacidades humanas;
• Oportunidade de contínuo crescimento e segurança;
• Constitucionalismo na organização do trabalho;
• Congruência do trabalho com o espaço total da vida;
• Relevância social da vida de trabalho.

Assim, dada a complexidade de aplicar um programa amplo que qualidade de vida no trabalho, é preciso adotar ferramentas que permitam mensurar sua eficácia.

1- Questionários de avaliação do QVT

Os instrumentos de avaliação são utilizados para mensurar a percepção dos funcionários em relação a programas de QVT, de acordo com critérios pré estabelecidos. Eles devem ser aplicados continuadamente para que a organização possa acompanhar sua evolução e, normalmente, são separados em esferas ou domínios, possibilitando atuar nas soluções de maneira mais precisa.

No Brasil, temos alguns modelos de questionários validados, que servem para avaliar a eficiência dos programas de QVT. Entre eles os principais são o QWLQ-78 (Questionário de Qualidade de Vida no Trabalho, traduzido do inglês) e o TQWL-42 (Qualidade de Vida no Trabalho Total), além de suas versões resumidas. Essas informações foram retiradas de um estudo acadêmico de 2012, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFMG), que você pode conferir clicando aqui.

QWLQ-78

Este instrumento baseia-se nos critérios clássicos de QVT, com 78 questões respondidas pelos colaboradores, utilizando uma escala de 0 a 5, nos seguintes domínios:

• Físico/saúde;
• Psicológico;
• Pessoal;
• Profissional.

TQWL-42

O TQWL-42 foi baseado em outro instrumento chamado de WHOQOL-100 (Qualidade de Vida na Organização Mundial da Saúde, traduzido do inglês), desenvolvido através de uma perspectiva internacional pela Organização Mundial da Saúde.

As respostas aqui são dadas em uma escala que vai de 0 a 100, e englobam as esferas:

• Biológica/ fisiológica;
• Psicológica/ comportamental;
• Sociológica/ relacional;
• Econômica/ política;
• Ambiental/ organizacional.

Embora os questionários de avaliação da qualidade de vida no trabalho sejam os instrumentos mais precisos para determinar o sucesso dos programas de QVT, existem outros meios que possibilitam complementar a percepção do administrador a respeito. Veja quais são:

2- Comitês de comunicação

Os comitês são ferramentas interessantes para sistematizar a comunicação entre trabalhadores e organização. Através deles, os trabalhadores podem levantar questões e solicitar soluções para problemas cotidianos. Os comitês devem ser escolhidos preferencialmente pelos trabalhadores e a empresa precisa garantir que tenham tempo para escutar os colaboradores e acesso aos gestores para intermediação dos problemas.

Assim, os comitês atendem à dois propósitos: dão voz aos trabalhadores, aumentando sua percepção de pertença na organização e fornecem feedback aos gestores a respeito das questões que são mais importantes para os trabalhadores.

3- Índices trabalhistas

As organizações podem adotar, através de softwares de gestão, a análise de indicadores, que revelam, mesmo que indiretamente, o grau de envolvimento dos trabalhadores.

4- Absenteísmo e rotatividade

Níveis altos de absenteísmo podem indicar problemas de qualidade de vida no trabalho associados à segurança. Alta rotatividade indica insatisfação no trabalho. É possível associar esses dois índices a setores ou turnos de trabalho específicos e, assim, aplicar ferramentas de pesquisa para saber o real motivo de insatisfação localizada.

5- Reclamações trabalhistas

Processos judiciais podem indicar um grau de insatisfação grande, suficiente para que o trabalhador promova um procedimento tão desgastante e cansativo. Utilize do conhecimento do setor jurídico para traçar os perfis das reclamatórias. Conhecendo as motivações que os trabalhadores tem para abrir processos contra a organização, será possível adotar estratégias de solução dos pontos falhos.

Ao adotar programas de QVT e realizar o seu monitoramento, a organização consegue aumentar a produtividade através do compromisso de sua equipe, da satisfação pessoal e da integração entre o trabalhador e o processo de trabalho. Isso refletirá em redução de custos e ganhos em aspectos intangíveis.

E então, a sua empresa já possui um programa de QVT? Quais são as suas percepções e as dificuldades enfrentadas? Se você gostou desse conteúdo, não deixe de compartilhá-lo nas redes sociais!